quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Agnatos
Estes peixes surgiram há mais de 500 M.a., antes qualquer outro grupo de peixes actual. Outrora um grupo diversificado e numeroso, restam duas ordens, as lampreias e as lampreias-de-casulo ou mixinas.
As lampreias vivem em regiões temperadas, em águas marinhas ou fluviais, reproduzindo-se em água doce. As mixinas são exclusivamente marinhas e vivem em águas profundas tropicais ou superficiais de zonas temperadas não muito quentes.
As designações alternativas deste pequeno grupo (são conhecidas cerca de 50 espécies de peixes considerados primitivos) revelam algumas das suas características mais notórias: Agnatha (gr. a = sem + gnathos = mandíbula) ou Cyclostomata (gr. cyclos = círculo + stoma = boca).

Caracterização da classe
Estes animais não apresentam mandíbula e têm uma boca circular provida de ventosa com dentes córneos, com os quais perfuram a pele dos peixes de que se alimentam. Lampreia
O corpo destes peixes é longo e cilíndrico, com a parte caudal achatada lateralmente, e revestido por pele fina e sem escamas.
A pele é rica em glândulas produtoras de muco, especialmente nas mixinas, que o produzem em grande quantidade para se defenderem de predadores.
O esqueleto é cartilagíneo, tal como os raios que sustentam as barbatanas dorsal e caudal em forma de remo. Não possuem barbatanas pares.
Nas lampreias a notocorda persiste no adulto, envolvida por arcos neurais imperfeitos, sendo o eixo de sustentação do corpo. Nas mixinas este eixo cartilaginoso é ainda mais incompleto (não mais que um cordão formado por nódulos cartilaginosos), o que lhes permite enrolar o corpo num nó, tanto para se libertarem de predadores, como para se alimentarem. Quando se alimentam, as mixinas formam um nó junto á cauda e deslocam-no até á cabeça, forçando a boca a arrancar um pedaço de carne da presa.
A respiração é feita por brânquias, geralmente 7 a 16 pares, em sacos branquiais laterais que abrem directamente para o exterior em fendas branqueais, localizadas perto da cabeça.
A temperatura do corpo é variável – ectotérmicos.
O sistema digestivo não apresenta estômago. A boca é fechada ou aberta pelo movimento para trás e para a frente da língua, a qual também apresenta os pequenos dentes córneos da ventosa, sendo usada para ferir a presa, principalmente nos indivíduos parasitas.
O sistema nervoso apresenta um encéfalo diferenciado mas os órgãos dos sentidos variam com o tipo de animal. As lampreias têm boa visão mas as mixinas são cegas, embora ambas as ordens apresentem um olfacto e paladar apurados.
A excreção é feita por rins mesonéfricos.
Quase todos os agnátos passam a sua vida adulta no mar, migrando para se reproduzir, seja apenas para águas mais frias ou mesmo para água doce.
Nas lampreias os sexos são separados e a fecundação é externa. Os casais escavam pequenas covas rasas, onde colocam os ovos fecundados e de seguida morrem.
As larvas – amocetes -, são muito diferentes da forma adulta (parecem anfioxos), são cegas e permanecem algum tempo nos rios (3 a 7 anos), enterradas em zonas arenosas e calmas onde filtram o seu alimento pois não apresentam dentes. Sofrem depois uma rápida metamorfose e, se se trata de espécies marinhas, migram para o oceano.
No caso das mixinas, estas são hermafroditas e os ovos têm desenvolvimento directo, saindo os jovens dos ovos como miniaturas dos adultos. A sua reprodução decorre sempre em água doce, onde os adultos também viverão.

Condrictes
Os Chondrichthyes, classe de peixes com esqueleto cartilaginoso (do grego chondros = cartilagem; ichthyos = peixes), são representados por animais marinhos pertencentes ao grupo dos vertebrados gnastostomados (boca com mandíbula): as raias, os tubarões e as quimeras, cujo crânio, vértebras e demais estruturas esqueléticas são bem desenvolvidas.
Esses organismos possuem pele revestida por pequenas escamas placóides, semelhantes a um dente, com parte externa esmaltada (de origem epidérmica), e a interna denominada dentina (de origem dérmica), envolvendo um canal central chamado polpa.
Essa característica hidrodinâmica relacionada à forma alongada ou discóide, confere grande mobilidade aos peixes, diminuindo a resistência e facilitando o movimento no ambiente aquático, auxiliando a funcionalidade das nadadeiras.
Nos condrictes, além das nadadeiras ímpares, existem dois conjuntos de nadadeiras pares: as peitorais e as pélvicas, conferindo maior velocidade, estabilidade e agilidade no deslocamento vertical, ou seja, no movimento de subir ou descer na coluna de água.
As brânquias dos peixes cartilaginosos abrem-se em fendas laterais na região anterior do corpo.

SISTEMA NEUROSSENSORIAL
Tanto o sistema nervoso quanto o sensorial, a exemplo dos tubarões, é bem desenvolvido:
- A visão é nítida, porém não enxergam colorido;
- As narinas não desempenham função respiratória, contudo o olfato aguçado é capaz de detectar, através de quimiorreceptores, pequenas frações de substâncias (uma gota de sangue) dissolvidas no oceano, a quilômetros de distância;
- Portador de orelha interna, sensível a vibrações causadas por perturbação na água;
- E presença de linha lateral longitudinal ao corpo do animal, contendo células mecanorreceptoras (os neuromastos), possibilitando orientação quanto à posição e direção.
SISTEMA RESPIRATÓRIO
Na respiração, a água (contendo oxigênio dissolvido) entra pela boca, passa pela faringe e banha de cinco a sete pares de brânquias (onde o O2 é absorvido) e sai pelas fendas branquiais.
SISTEMA REPRODUTOR
São animais de sexos separados, com fecundação interna e desenvolvimento direto. A maioria das espécies é ovípara ou ovovivípara, porém existem espécies vivíparas, formando uma rudimentar placenta derivada do saco vitelínico do embrião, ligada ao útero da fêmea. O macho apresenta nadadeira pélvica modificada em órgão copulador.